terça-feira, 12 de junho de 2012

- Pesca

    A fauna de peixes da bacia do rio São Francisco é composta potencialmente por 250 a 300 espécies. Já as bacias receptoras possuem uma fauna significativamente mais pobre, com apenas 53 espécies nativas. Agrava-se a situação o fato de que há um alto grau de endemismo, ou seja, espécies cuja ocorrência se limita a uma dessas bacias ou região (23 espécies ou 43%).


    Além da pesca, bastante comprometida com a construção de barragens para a produção de energia, as margens do São Francisco garantem à população sertaneja a prática da agricultura de subsistência. É a agricultura de vazante (época que o rio tem menos água). As margens são invadidas pelo rio na época da cheia e nela é depositado o húmus que mantém os solos férteis. Quando chega a estiagem (período mais seco) é feito o cultivo e a colheita é programada antes da nova cheia. Esse ciclo se repete a cada ano.

- Irrigação

    A figura abaixo apresenta a distribuição porcentual das demandas de água na bacia hidrográfica do rio São Francisco:


    A figura abaixo apresenta a distribuiçãodas demandas por regiões, onde se verifica que \ elevada utilização de agua para a irrigação, mostrada anteriormente, está concentrada prioritariamente no médio e sub-médio São Francisco. A área irrigada é de 336.200 hectares (correspondendo a 11% dos 2,9 milhões de hectares irrigados no Brasil). Os projetos privados correspondem a 55% desta área irrigada, sendo as demais áreas administradas por projetos públicos:


    As demandas urbanas e industriaissão mais significativas no Alto São Francisco, onde correspondem a 60% do total. No Baixo São Francisco, esta relação é de 30%. As principais atividades industriais são: Siderurgia, mineração, química, têxtil, agropecuária, papel e de equipamentos industriais.

- Produção de energia

     O Brasil possui um dos maiores potenciais hidrelétricos, do mundo. De acordo com recentes avaliações, poderia atingir um potencial contínuo de 75.000 megawatts.


     Geograficamente, a bacia do São Francisco, muito pouco habitada, se situa entre as áreas populosas: Rio de Janeiro e São Paulo, ao Sul; Salvador, a Leste; Recife, a Nordeste e Brasília a Oeste.

     Em consequência, o desenvolvimento da indústria de energia elétrica na bacia do São Francisco tem significado e continuará significar um impacto econômico social e político sobre uma área muito maior que aquela da bacia, porquanto os potenciais hidráulicos se acham favoravelmente localizados próximos aos mercados consumidores.


     O potencial hidrelétrico é da ordem de 23.000 megawatts e para seu estudo foram consideradas três áreas energéticas:
    - Área Energética nº 1 - A cargo da CEMIG, inclui a área do Alto e a porção do Médio São Francisco, em Minas Gerais.
    - Área Energética nº2 - A cargo da COELBA, consiste no Médio, excluída a parte de Minas Gerais, e a parte dentro do Estado da Bahia até Sobradinho.
        - Área Energética nº3 - A cargo da CHESF, compreendendo as áreas do Sub-Médio e do Baixo São Francisco, com enfoque no "Complexo Paulo Afonso".

- Navegação

    O médio curso, bastante plano, sempre permitiu uma navegação natural no porto de Pirapora em Minas Gerais até Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco). Esse trecho era percorrido por uma tradicional embarcação, a Barca do São Francisco.





    A partir do século XVII, na medida em que progredia a conquista do litoral e posteriormente dos sertões por homens brancos e mestiços que implantavam as atividades agropecuárias na região, crescia a necessidade de se ter uma via de transporte menos trabalhosa e arriscada que os caminhos terrestres.






     Em fins do século XIX, deu-se o início da navegação a vapor no Rio São Francisco. A iniciativa da construção do primeiro navio que sulcou as águas do “grande rio”, nunca esplendida demonstração pratica das grandes possibilidades oferecidas por aquela artéria fluvial, partiu então o Presidente de Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho. O vapor “Saldanha Marinho” foi adquirido e montado em Sabará (MG) e, em março de 1869, realizou sua primeira viagem experimental nas águas do Rio das Velhas. Em fevereiro de 1871, ele entrava como pioneiro no Rio São Francisco, cursando vitoriosamente suas águas no trecho entre a barra do Rio das Velhas, até a vila da Boa Vista, situada abaixo de Juazeiro.

- População ribeirinha

     A região é muito rica em mitos e lendas que são passadas de geração em geração pela população ribeirinha. Personagens como a Nego d’Água, que sai das águas para pedir fumo, e Mãe d’Água, amiga das lavadeiras que adora presentes, já fazem parte da cultura local. Talvez a mais bela lenda seja a história do surgimento do São Francisco.




     O Rio São Francisco atravessa o sertão semi-árido mineiro e baiano, possibilitando a sobrevivência da população ribeirinha de baixa renda, a irrigação em pequenas propriedades e a criação de gado. O São Francisco é um rio bastante aproveitado para a produção de hidroeletricidade. Ele é navegável em um longo trecho dos estados de Minas Gerais e Bahia, desde que a barragem de Três Marias não lhe retenha muita água.

Esta imagem abaixo representa todas as bacias do Brasil: